Mensagem na Garrafa

Impresso no banco estando, um desconforto na imaginação

parece mudar a topografia de cada delírio, a tipografia de cada ilusão.

E no derradeiro devaneio viro-me de lado

Mas puramente continuo a flutuar nessa imensidão oceânica.

Portas cerradas

Portos cifrados

Que mais dizer se não que minha tenebrosa parte em nossa realidade é esse atlântico,

no qual, por muito nele mergulhar, aprendi

a ver e apreender em frio cântico seu sombrio interior.

O poema jaz molhado,desfigura-se manchado.

Não faz mal, pois a embriaguez de meu soturno e vil pesar

trará sempre garrafas às mensagens de meu cantar.

Mas antes de tornar, retornar e reentornar:

Um brinde  ao copo cheio

e ao peito vazio.

Para minha amada Cecília de Vigo,

De um náufrago entre as Brasas e as Luses do dia seguinte.


About this entry